quarta-feira, 4 de maio de 2011

A Religião dos Estádios


Só quem não é filho desta pátria não sabe desta verdade: o Brasil é um país de milhares de nações. Para são-paulinos, palmeirenses, corintianos, santistas, dentre outros, o futebol é algo religioso e, como qualquer religião, há os fanáticos, os casuais e os ateus. Confesso que me padronizo e tenho maior afinidade na categoria de ‘torcedor casual‘, mas vez em quando me entrego a assistir a alguns jogos com meu pai (detalhe curioso: ele é santista roxo e eu são-paulino casual).

O futebol traz loucura às multidões por ser um esporte que traz à tona as sensações mais intensas do ser humano: alegria, raiva, tristeza, desespero; sentimentos que ficam à flor da pele durante noventa minutos. Não buscamos as coisas belas nas pessoas, no dia-a-dia, nas paisagens, nas artes? Então não é difícil encantar-se com jogadas belas onde alguns – poucos – jogadores (e artistas, por que não?) saem do comum e marcam sua presença nas quatro linhas com jogadas que, de tão magníficas, merecem até placa e dignidade de tornarem-se pinturas.

Como uma peça de teatro, o futebol expõe muito bem como é o ser humano em situações de pressão e alívio, pois exalta as qualidades e defeitos de cada um em campo: jogadas de classe, malandragem, técnica, a imprevisibilidade e o sangue frio dos goleadores chamam a atenção de todos nós por serem metáforas da vida.

Há quem se engane dizendo que o futebol é apenas um esporte. Futebol também é arte, meu amigo. É só dar uma espiada por aí em vídeos dos artistas da bola que nada devem a Van Goghs, Monets, Picassos ou Da Vincis: Zidane, Ronaldo, Messi, Romário, Pelé e Maradona são apenas alguns dos visionários de nossa época. 


Se houvesse um sinônimo para a palavra 'Amém'; para muitos a palavra 'Gol' seria a melhor.

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